Setembro Amarelo: A união do Brasil para combater o suicídio!

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                                                                                                    Por: Carol Meneses
Cartaz da Campanha

     Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS)  observou que o número de mortes por suicídio atinge 32,3 brasileiros por dia no país, e apesar de envolver famílias, amigos, igrejas, parentes e vizinhos em um completo silêncio, a faixa etária mais atingida é a dos jovens de 15 a 29 anos. Por esse motivo, o Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) se uniram e criaram, em 2015, a campanha Setembro Amarelo, que tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a prevenção do suicídio. Para entendermos um pouco mais sobre esse assunto conversei com a  Julita de Fátima da Silva Formigosa (57), psicóloga e psicanalista paraense.
   De acordo com Julita, as mulheres são mais suscetíveis à depressão, devido ao fato da existência de vários fatores que levem à doença, como por exemplo período menstrual, gravidez, desilusão amorosa, amamentação, menopausa, o papel social das mulheres, violência domestica e sexual, a qualidade do ambiente de trabalho ou o desemprego, entre outros, contudo elas não sentem vergonha de discutir o que estão sentindo, o que acaba trazendo mudanças positivas em suas vidas. Já no caso dos homens, o fato de reprimirem esse sentimento acaba fazendo com que eles entrem no mundo do alcoolismo e também do suicídio.
    Julita, que já atendeu um adolescente com um caso comum de depressão e se encontrava desmotivado com os afazeres do cotidiano. Seus pensamentos se voltavam para as lamentações familiares e seu discurso era sempre em torno da morte; não conseguia estudar e buscava como saída os jogos virtuais, passando a madrugada jogando. Depois de um ano em tratamento, o jovem, se encontra mais motivado, buscando novas perspectivas frente ao estudo e trabalho. Sua relação familiar flui melhor, se posicionando quanto ao seu querer”, complementa a psicóloga.
   A psicóloga afirma que toda e qualquer profissão pode ser suscetível ao suicídio, já que a depressão não escolhe profissão, classe social, cor da pele, religião ou orientação sexual. Para ela, as principais estratégias utilizadas pelos profissionais da saúde para combater esse alto índice de suicídio são: a informação, promover campanhas e palestras, escutar a população por meio de serviços especializados para mapear os riscos, identificar os que mais estão precisando. E seguindo essas técnicas fica mais fácil incentivar as pessoas a investir na saúde mental, e claro, perceber  a importância e ajudar a propagar a campanha.
Montagem- Julita e Setembro Amarelo

 Para ela, a melhor forma de combater o suicídio e salvar vidas é escutar e se colocar dentro do problema para buscar solução para quem está precisando. O importante de tudo isso é não fazer julgamentos, isso pode ser eficaz na prevenção do suicídio. 
  Julita deixou ainda um recado tanto para as pessoas que estão passando por momentos difíceis quanto para aquelas que podem evitar suicídios : Procurar ajudar ainda é um dos melhores caminhos. Temos o Centro de Valorização da Vida (CVV)que sempre haverá uma pessoa para escutar e entender a dor do outro com calma e aceitação. Temos também outros serviços, tais como profissionais da rede de atenção primária, enfermeiros e médicos generalistas. Na atenção secundária e terciária, hospitais gerais e de urgência e emergências e a rede de Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
Fale de sua dor e não deixe que o sofrimento seja a sua saída.”