Integração sim, Violência não. Por mais trotes com essas características !

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                                                                                                             Por: Carol Meneses

Trote do curso de Turismo 
    Conhecida prática tradicional, o trote, com mais de 600 anos de existência (para quem não sabe, ele nasceu nas instituições da Europa na Idade Média, onde existia o hábito de separar veteranos e calouros. Para esses últimos não era permitido ter aulas no interior das respectivas salas, mas apenas em seus vestíbulos (de onde surgiu o termo "vestibulando" para designar estes novatos).  Essa tradição, que já  foi alvo de críticas por conter humilhação e violência, e em alguns casos até morte,  vem  focando, apenas, na interação entre calouros e veteranos, criando relações de respeito e amizade entre ambos, afinal para que fazer com os outros uma coisa que você não gostaria que fizessem com você. E foi com esse pensamento, que os veteranos do curso de Turismo do Campus Petrópolis receberam seus calouros e calouras (e quem me conhece sabe que eu estou entre eles), do lado de fora da instituição, no último dia 10 de agosto (quinta-feira) com uma recepção divertida e calorosa incluindo pintar os rostos dos “bixos” e “bixetes” (termo comum relacionado a trotes, porém não utilizado neste) ou fazê-los pedir dinheiro, além de um quiz interativo.
  Para a matéria não ficar muito pessoal, conversei com 2 calouras, Mariana Borsato (21) e Paloma Nascimento (30), e com a veterana Mayra Lima (22). Tanto Mayra quanto Paloma escolheram  o turismo devido à abrangência bastante diversificada no mercado de trabalho (afinal, o turismo pode ser inserido em diversas áreas como por exemplo: eventos, administração e, claro, comunicação social). Já Mariana, que é petropolitana, escolheu pelo fato de não precisar mudar de cidade.  A respeito do trote, as 3, assim como eu, concordaram que a brincadeira atingiu o objetivo principal que é o de integrar e dar suporte aos novos universitários, além de ser bastante divertido. 
Veterena e membro do CAT( Centro Académico de Turismo)
  A veterana comentou, ainda, que o trote humilhação, aquele que fere, menospreza ou quando a brincadeira perde a graça para a “calourada”, cada vez mais, vem perdendo espaço. Prova disso é a não obrigatoriedade (total ou parcial) de participação dela, e entrando no conceito de brincadeira em si, que é uma coisa divertida e opcional, só participa quem quer. Na opinião de Mayra a dificuldade de participação no trote não tem relação ao sexo da pessoa, mas sim à timidez ou não da(o) caloura(o), que, muitas vezes, tem vergonha de participar das brincadeiras e ficar tranquilo(a para curtir a experiência. Mari, como já ficou conhecida pelo grupo, acrescentou ainda que a brincadeira foi tão positiva para ambos os lados que os calouros eram acompanhados por 1 ou mais veteranos no trote, que deram o suporte necessário a cada um.

  As futuras veteranas pretendem realizar o trote em um dia mais acessível, além de acrescentar um pouco mais de glitter(s) , e acrescentar ações sociais (doações: de sangue, roupas; plantar árvores,...). Comentando ainda sobre próximos trotes,  tanto dessa como de outras instituições de ensino superior, a importância do foco na interação é essencial até para que a permanência da tradição continue, e a integração possa ser feita ainda no início da faculdade, sem precisar esperar os finais dos períodos para o convívio em eventos da faculdade, como no caso do CEFET-RJ Campus Petrópolis que possui a Semana de Turismo no 1º semestre e  a SEPEX no 2º semestre .